Setembro Amarelo nos lembra da urgência de falar sobre saúde mental. Mas até que ponto essa reflexão se mantém no cotidiano das empresas? E mais: será que, como sociedade do trabalho, não nos acostumamos demais ao esgotamento?
Ainda que populares, frases como “todo mundo tem burnout” ou “depressão é normal” revelam algo preocupante: a normalização do sofrimento psíquico nas organizações
O Setembro Amarelo precisa ser mais que uma campanha sazonal: deve servir como convite para repensar a forma como acolhemos a saúde mental no trabalho.
Saúde mental não pode virar pauta de um só mês
O Setembro Amarelo nasceu como uma campanha fundamental de conscientização sobre prevenção ao suicídio e cuidado com a saúde mental. O mês existe para trazer visibilidade ao tema, mobilizar conversas e romper silêncios.
Mas isso não significa que o cuidado deva se restringir a setembro. Nas empresas, ainda é comum ver a saúde mental aparecer apenas nesse período: palestras rápidas, posts em redes sociais e ações pontuais que se encerram assim que o mês termina.
O ponto é: Saúde mental não pode ser tratada como agenda sazonal. Quando restringimos a reflexão a datas pontuais, reforçamos a ideia de que cuidar da mente é exceção, e não parte da rotina organizacional.
Esse recorte se torna ainda mais frágil quando o discurso do “todo mundo tem burnout” ganha espaço. Em vez de gerar acolhimento e mudança, ele banaliza o sofrimento e abre caminho para a meritocracia da exaustão.
Setembro Amarelo não pode ser publicidade corporativa
Mais do que pintar campanhas de amarelo, distribuir brindes ou promover happy hours que nada têm a ver com saúde mental, é preciso ir além. Atividades que não geram diálogo real, acolhimento ou fortalecimento da confiança acabam apenas reforçando a lógica da performance vazia.
Isso significa investir em práticas que realmente sustentem a segurança psicológica das equipes, como iniciativas de team building capazes de fortalecer vínculos e criar ambientes de confiança.
Empresas que querem de fato prevenir o adoecimento precisam criar estruturas consistentes, e contínuas, de cuidado, que apoiem a saúde mental de equipes e lideranças durante todo o ano.
Meritocracia da exaustão: Produtividade como troféu
Em muitos ambientes corporativos, a exaustão se tornou critério de reconhecimento. A lógica é clara: quem trabalha mais horas, quem ultrapassa todos os limites, quem entrega apesar do esgotamento, é visto como mais comprometido. Essa é a armadilha da meritocracia da exaustão.
O Setembro Amarelo deveria inspirar prevenção, mas em várias empresas ele é usado como verniz, uma forma de mostrar preocupação sem mexer no que realmente importa: a cultura da sobrecarga.
Burnout não é engajamento, é alerta
O burnout não deve ser interpretado como medalha de dedicação. Ele é o sinal mais claro de que o sistema de trabalho está falhando. Que as estratégias de alta performance não estão bem construídas.
Transformar a exaustão em métrica de eficiência é perigoso para o futuro das organizações.
Como aponta Darwin Grein, fundador da Juntxs, equipes de alta performance têm, inclusive, a característica oposta:
“Uma equipe de alta performance é uma equipe que trabalha melhor. Que gasta menos energia para atingir resultados excelentes, atua de forma integrada e coesa, reduz retrabalho e faz o trabalho fluir de maneira mais assertiva. Assim, o estresse diminui e os resultados positivos se tornam sustentáveis.”
Exaustão coletiva: lideranças e equipe, estamos todos no mesmo barco
O esgotamento deixou de ser exceção e passou a fazer parte do cotidiano de muitas equipes. Em contextos onde prazos são irreais e a pressão nunca cessa, o corpo e a mente das pessoas passam a operar em estado constante de urgência.
E há um ponto frequentemente esquecido: lideranças também estão adoecendo. Pressionadas por resultados, elas acabam reproduzindo o mesmo modelo de sobrecarga que sofrem, sem espaço para reconhecer vulnerabilidades. Pensar saúde mental neste Setembro Amarelo pode ser um convite para romper esse ciclo.
Agir sobre saúde mental no meio corporativo, portanto, não é somente olhar para indivíduos. É reconhecer que estamos diante de um fenômeno sistêmico e coletivo, que exige corresponsabilidade de empresas e lideranças.
41% das(os) profissionais no mundo vivem altos níveis de estresse (Gallup)
Esse dado revela o tamanho do problema. Não se trata de exceções, mas de um padrão global. O esgotamento é coletivo, e só pode ser enfrentado com respostas igualmente coletivas: redes de apoio, fortalecimento da segurança psicológica e práticas de aprendizagem que sustentem o bem-estar.
No recorte nacional a situação também é alarmante. O levantamento usa como base os dados de uma pesquisa global anual da Gallup, que ouve milhares de trabalhadores de 160 países, presencialmente ou por telefone, sobre como se sentem em relação a suas vidas e ao trabalho.

A diferença entre acolher e banalizar
Acolher significa reconhecer o sofrimento, dar espaço de escuta e agir de forma concreta para mudar a cultura. Relativizar é dizer que “todo mundo passa por isso” e seguir sem mudança. Quando escolhemos o segundo caminho, estamos apenas reforçando a normalização da exaustão.
É importante destacar: ações corporativas de acolhimento não substituem o tratamento individual. O cuidado clínico deve ser sempre indicado e conduzido por profissionais de saúde mental. Às organizações, cabe criar condições de apoio, segurança psicológica e caminhos para que colaboradoras(es) possam acessar ajuda especializada quando necessário.
O verdadeiro acolhimento nasce da escuta sem julgamento e do compromisso coletivo de agir. É nesse espaço que práticas como team building e trilhas de desenvolvimento de lideranças se tornam fundamentais para transformar discurso em cultura.
Segurança psicológica: o alicerce da saúde mental no trabalho
O QUE É SEGURANÇA PSICOLÓGICA?
“Um entendimento comum entre os membros do grupo de que é seguro assumir riscos interpessoais.”
– Amy Edmondson

Segurança psicológica é o alicerce de equipes saudáveis. Significa sentir que se pode assumir riscos interpessoais sem medo de punição ou retaliação. Quando ela falta, o medo dita as regras, e o silêncio se torna a resposta mais segura.
Ambientes assim criam colaboradoras(es) exaustas(os), que trabalham em constante estado de autoproteção. A consequência é perda de inovação, criatividade e engajamento.
Sem Segurança Psicológica, o silêncio vence
Construir equipes com segurança psicológica exige ações concretas: tratar erros como oportunidade de aprendizagem, valorizar a diversidade de ideias, incentivar pedidos de ajuda e cultivar suporte mútuo.
Liderança acolhedora: para as(os) outras(os), mas também para si mesma(o)
Não podemos esperar que lideranças cuidem de suas equipes se elas mesmas não têm espaço para expressar fragilidades. O Setembro Amarelo deve ser também um lembrete de que lideranças precisam ser cuidadas.
Quando uma liderança compartilha seus limites, ela abre espaço para que a equipe faça o mesmo. Esse exemplo é poderoso e essencial para criar culturas de confiança.
Vulnerabilidade como exemplo de transformação
Lideranças que praticam vulnerabilidade contribuem para ambientes mais humanos. Ferramentas como mentoring e coaching, aplicadas de forma séria e ética, ajudam a expandir a inteligência emocional e a consolidar uma cultura de acolhimento real.
Do Setembro Amarelo à prática contínua
Utilizemos, então, o Setembro Amarelo como mola propulsora para a urgência da cultura do cuidado. Se a exaustão coletiva é um fenômeno permanente, as respostas também precisam ser contínuas.
Nós sabemos: o desafio não é simples. Ele exige coragem e toca em estruturas tradicionais e sensíveis.
Mas é passada a hora de remodelar as culturas de trabalho. Isso demanda intenção, consistência e a disposição de sustentar práticas de saúde mental, inteligência emocional e segurança psicológica como parte da estratégia organizacional, e não como ações pontuais.
Fale com a Juntxs
Se sua empresa deseja desenvolver práticas consistentes de saúde mental, a Juntxs é a parceira certa para esse caminho.
Oferecemos vivências, palestras e soluções práticas que ajudam empresas a integrarem saúde mental, segurança psicológica e inteligência emocional à sua estratégia. Do Team Building à formação de lideranças, apoiamos organizações que querem cuidar de pessoas com ética, escuta e propósito.
Chegou a hora de transformar o cuidado em estratégia e criar ambientes de trabalho mais humanos o ano inteiro.
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📲 (11) 93033-9747
✉ vamos@juntxs.com.br
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FAQ – Perguntas frequentes sobre Setembro Amarelo no contexto corporativo.
- Por que não devemos normalizar o burnout nas empresas?
Porque transformar a exaustão em “troféu” de produtividade só reforça a meritocracia da sobrecarga. O burnout é um alerta de que a cultura de trabalho precisa mudar. - Como uma liderança pode apoiar a saúde mental da equipe de forma responsável?
Escutando sem julgamento, respeitando limites e reconhecendo quando o cuidado precisa ser encaminhado a profissionais de saúde mental. O papel da liderança é criar confiança e segurança psicológica. - Quais ações podem manter a saúde mental no trabalho durante todo o ano?
Além do Setembro Amarelo, empresas podem investir em team building, trilhas de desenvolvimento de lideranças e políticas de prevenção que façam da saúde mental parte da estratégia organizacional, não apenas de campanhas sazonais.